No estudo publicado recentemente na revista Geology, um grupo de pesquisadores da Universidade de Sidney apontou que a era glacial foi causada pela redução das emissões de dióxido de carbono resultante de menos erupções vulcânicas.
O dióxido de carbono tem um papel importante na atmosfera de manter a temperatura da Terra habitável, no entanto, em excesso ele causa o efeito estufa, em falta, o calor não é retido e tudo pode ficar muito frio.
Atualmente, os humanos são os grandes responsáveis pela quantidade de monóxido de carbono na atmosfera, mas há mais de 700 milhões de anos, estávamos muito longe de existir e os índices de CO₂ eram determinados por processos geológicos.
Existem algumas teorias que sugerem qual processo pode ter desencadeado a era glacial, como rochas minerais liberadas pelo desgaste das rochas ígneas que sugaram o CO₂ da atmosfera. No estudo, os pesquisadores sugerem que isso seria suficiente para colocar a Terra em um congelamento profundo, mas não para mantê-la assim por 56 milhões de anos.
Em busca de alternativas, os pesquisadores resolveram investigar os vulcões. Um modelo de movimentação das placas tectônicas recentes permitiu entender como uma cadeia de vulcões subaquáticos, conhecida como dorsal meso-oceânica, evoluiu, possibilitando que fosse calculado as emissões de gases vulcânicos no início e durante a era glacial.
Esses cálculos mostraram que não aconteceram tantas emissões vulcânicas assim, causando uma queda no dióxido de carbono atmosférico suficiente para iniciar e sustentar a Terra Bola de Neve por tanto tempo.
A ideia de que esse período glacial havia sido causado pela redução de emissões vulcânicas já havia sido proposta anteriormente. No entanto, de acordo com a pesquisadora, Adriana Dutkiewicz, em resposta ao The New York Times, essa é a primeira vez que a teoria é provada por meio de cálculos baseados em modelos viáveis.
Apesar das evidências apoiarem fortemente essa teoria da Terra Bola de Neve, ela é ainda é apenas um modelo e encontrar formas para testar isso é um grande desafio, principalmente porque existem poucos dados que mostram como era a crosta oceânica há 717 milhões de anos.