O retorno da delegação do Fortaleza de São Lourenço da Mata, onde fica a Arena de Pernambuco, para Recife se tornou uma triste página no futebol brasileira em razão do episódio de violência de torcedores do Sport. O Esportes O POVO ouviu relatos de quem estava no ônibus, que foi atingido por bomba caseira e pedras, e foi testemunha da barbárie.
Após o empate em 1 a 1 com o Rubro-Negro, dirigentes, comissão técnica e jogadores do Tricolor saíram do estádio no início da madrugada desta quinta-feira, 22. O trajeto até a capital pernambucana dura em torno de 30 minutos, a depender das condições do trânsito. No entanto, cerca de dez minutos após a saída da Arena, o ônibus que conduzia a delegação cearense foi atacada por um grupo de torcedores na rodovia.
Com atletas feridos (João Ricardo, Gonzalo Escobar, Dudu, Brítez, Lucas Sasha e Titi) e estilhaços por todo lado, os integrantes da delegação tentavam se comunicar e socorrer os companheiros junto ao médico Glay Maranhão. Escobar, por exemplo, foi atingido por uma pedra.
Alguns jogadores sacaram os celulares, a exemplo do CEO da SAF do clube, Marcelo Paz, para registrar em vídeos e fotos o episódio, descrito como "cena de guerra" por quem vivenciou. A parte superior de uma das laterais do veículo teve praticamente todos os vidros quebrados, o que dá a dimensão do ataque.
O ônibus seguiu para um hospital, onde todos passaram por atendimento médico. João Ricardo e Gonzalo Escobar passaram por suturas. O lateral-esquerdo argentino também foi submetido a tomografia na cabeça, já que foi atingido por uma pedra —em um dos vídeos, inclusive, aparecia bastante machucado.
Dirigentes do Sport foram até o hospital prestar apoio à delegação do Fortaleza. Em nota, o clube pernambucano repudiou o episódio, afirmou que "sempre irá abominar esse tipo de postura" e se colocou à disposição das autoridades para eventuais colaborações.
"O ônibus da delegação do Fortaleza, que embarcava atletas, comissão técnica, staff e diretoria, foi atacado por bombas e pedras por torcedores do Sport na saída da Arena de Pernambuco após o jogo pela Copa do Nordeste.
Após o ocorrido, a delegação foi levada rapidamente e diretamente ao hospital mais próximo de Recife.
Seis jogadores foram atingidos: o goleiro João Ricardo foi ferido com um corte no supercílio e o lateral-esquerdo Gonzalo Escobar sofreu uma pancada na cabeça, um corte na boca e um outro corte no supercílio. O lateral-direito Dudu, os zagueiros Titi e Brítez, e o volante Lucas Sasha foram feridos com estilhaços de vidro e tiverem que conter sangramentos.
João Ricardo e Gonzalo Escobar passaram por suturas, procedimento de recebimento de pontos cirúrgicos. O lateral-esquerdo também irá realizar exames de tomografia na cabeça, mas está bem e consciente. Os demais atletas passarão por cuidados médicos para a retirada de estilhaços de vidro pelo corpo.
Seguimos no aguardo de novas atualizações e, neste momento, estamos dando às devidas assistências aos componentes de toda delegação."
"O Sport Club do Recife repudia veementemente os atos de violência praticados contra o ônibus da delegação do Fortaleza Esporte Clube na saída da Arena de Pernambuco após a partida desta quarta-feira.
Os absurdos atos de violência não condizem com a real conduta e comportamento da torcida rubro-negra, tampouco com os valores do Clube - que sempre irá abominar esse tipo de postura.
O presidente Yuri Romão, o executivo André Figueiredo, o coordenador técnico Ricardo Drubscky e a equipe médica do Clube já estão com delegação do time cearense, prestando apoio e todo o suporte necessário.
O Sport também já se colocou à disposição para ajudar na apuração dos fatos e as investigações, buscando identificar os envolvidos nesse ato criminoso."