“Veio com ignorância para cima de mim. Deu um chute que quebrou minha boca sem eu esperar, não tive nem reação. Comecei a cuspir sangue”, contou o vendedor, que não quis ser identificado.

Ainda segundo a publicação, o vendedor ambulante e a testemunha, Gildete Conceição, prestaram boletim de ocorrência nesta terça-feira (4). Ao g1, o supermercado informou que está apurando a situação e que medidas serão tomadas. Afirmou ainda o compromisso da empresa com o ambiente seguro e respeitoso.

Gildete Conceição contou que quando chegou ao supermercado com a família, foi abordada pelo vendedor. Com gentileza, ele pediu que ela comprasse uma embalagem de paçocas no supermercado. O objetivo era revender o item nos ônibus da capital baiana, serviço que tem feito desde que ficou desempregado, a cerca de quatro meses.

O pedido foi feito para a família de Gildete ainda no estacionamento, porque vendedores são proibidos de entrar no mercado, segundo a vítima. Por isso, ele esperou do lado de fora, até que a família finalizasse as compras.

Quando viu que o esposo de Gildete saía do supermercado, foi até ele com o objetivo de ajudar com as sacolas e pegar a sua mercadoria. Foi neste momento que começou a confusão com os seguranças do estabelecimento.

“Eu pedi que ele [segurança] parasse porque ele [vendedor] estava apenas me ajudando. Ele ia carregar as compras para mim até o carro. Mas eles [seguranças] estavam muito nervosos. Foi então que um desses funcionários o agrediu”, contou Gilete.

Segundo a testemunha, a vítima não desobedeceu os seguranças, nem os desrespeitou. As agressões foram dois chutes: um no peito e outra na boca.

Logo após o vendedor ter sido agredido, Gildete pegou o celular e filmou a confusão. No vídeo, é possível ver o vendedor sangrando e mostrando a mercadoria.

“Eu só quero trabalhar e dar uma vida melhor para minha família. Eu não queria estar tendo que pedir, mas é melhor pedir do que tomar o que é dos outros”, desabafou o vendedor.

Leia a nota do supermercado

O Atakarejo informa que está apurando os fatos ocorridos em sua unidade da Paralela e adotará as medidas cabíveis. A empresa reforça seu compromisso contínuo com a transparência, a integridade e o cumprimento da legislação. Reafirmamos que não compactuamos com a violência e seguimos comprometidos em garantir um ambiente seguro, respeitoso e alinhado aos nossos valores.