O vereador de Salvador, Kiki Bispo (União Brasil), reeleito em 2024, foi citado no âmbito da Operação Overclean, que teve a segunda fase deflagrada na manhã desta segunda-feira (23).
O nome do parlamentar aparece em planilhas e anotações suspeitas de contabilidade de propina, conectando-o diretamente à operação que apura irregularidades em contratos públicos, segundo o Metrópoles.
Bispo foi responsável por entregar, em 2019, a medalha de cidadã soteropolitana à desembargadora Daniele Maranhão Costa, que recentemente concedeu habeas corpus ao empresário José Marcos de Moura, conhecido como "Rei do Lixo", um dos cabeças do esquema.
José Marcos de Moura, preso no dia 10 de dezembro durante a fase ostensiva da operação Overclean, é apontado pela Polícia Federal como uma figura-chave no esquema de corrupção. Ele é descrito como alguém que conecta líderes da organização criminosa a figuras políticas de relevância, permitindo que os esquemas de fraude sigam operando sem interrupções.
O empresário é membro do União Brasil e tem estreitas relações com políticos influentes, o que reforça a suspeita de sua atuação em diversos desvios de recursos públicos.
A desembargadora Daniele Maranhão Costa, que tem laços com o vereador Kiki Bispo, foi responsável por conceder habeas corpus a Moura no dia 19 de dezembro, colocando-o em liberdade
A operação
A operação Overclean investiga fraudes em contratos firmados pelo Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), além de acordos com governos estaduais e municipais. A Polícia Federal apreendeu documentos relacionados ao pagamento de propinas em 3 de dezembro, durante uma ação que envolveu a apreensão de materiais em um avião que fazia a rota Salvador-Brasília. A operação tem como foco a desarticulação do grupo criminoso responsável pelas irregularidades.
O esquema investigado envolve uma complexa rede de fraudes em obras públicas e a utilização de recursos destinados a combater a seca no Brasil.