O romano Bove, de 22 anos, foi encaminhado para um hospital e a partida foi adiada. Segundo informações iniciais da imprensa italiana, o jogador está consciente e respirando sozinho. A Fiorentina informou que o meio-campista está internado na UTI, mas não apresenta "lesões agudas" após os primeiros exames.
Em conversa com o Bnews, o cardiologista e especialista em cardiologia do esporte, Fábio Soares, explica que casos como esse são raros, mas potencialmente mortais.
“Apesar de um evento raro que varia de 1 para 40 mil a 1 para 250 mil casos no ano, quando ele acontece, é realmente algo catastrófico. A morte súbita de etiologia cardíaca é a principal causa de morte relacionada ao esporte e ao exercício”, disse o especialista.
Apesar de ser uma enfermidade de difícil diagnóstico, Fábio Soares afirma que é possível identificar sinais e evitar o pior.
“A avaliação cardiovascular pré-participação esportiva é fundamental para identificação dos fatores de risco e prevenção de eventos adversos durante a prática da atividade física de maneira não somente pontual, mas recorrente mesmo em atletas. Um atendimento médico direcionado para sintomas, histórico de patologias no indivíduo e na família, exames complementares como eletrocardiograma de repouso, teste ergoespirométrico e exames de imagem como ecocardiograma são ações fundamentais para a prevenção”, alertou o cardiologista.O especialista explica que o avanço tecnológico é um grande aliado para prevenir casos de maior gravidade em atletas durante o exercício da sua função.“O avanço dos métodos diagnósticos tem ajudado cada vez mais no diagnóstico precoce de doenças incipientes bem como no rastreio de doenças genéticas em indivíduos com histórico de morte súbita na família. Os exames de imagem apresentam uma resolução cada vez melhor e metodologias próprias de estudo que são capazes de identificar patologias em estágio inicial antes mesmo da manifestação de qualquer sintoma. Assim, medidas específicas podem ser adotadas precocemente prevenindo desfechos cardiovasculares desfavoráveis”, pontuou.
Outros casos
Em agosto deste ano, o zagueiroJuan Izquierdo, do Nacional (Uruguai), de 27 anos, passou mal em campo no duelo contra o São Paulo pela Copa Sul-Americana 2024. O atleta foi socorrido e levado de ambulância para o hospital, onde foi diagnosticada uma arritmia cardíaca. Dias depois sua morte foi confirmada.Um outro caso lembrado por brasileiros é o de Serginho. Considerado um dos destaques do São Caetano, o zagueiro sofreu um mal súbito em partida fora de casa contra o São Paulo pelo Campeonato Brasileiro de 2004. Ao cair no gramado, chegou a chocar-se com o atacante Grafite. O jogo foi encerrado e o atleta foi levado ao hospital, onde morreu pouco depois. Tinha 30 anos.
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