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Gasolina ou etanol? Motoristas que sabem \'regra dos 70%\' economizam mais

Pesquisa da EPE mostra o que leva condutores a abastecer com biocombustível e como mitos impactam na decisão

Publicada em 22/02/24 às 12:09h - 9 visualizações

por Globo Rural


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 (Foto: Divulgação/Internet)
Há um consenso no mercado de combustíveis de que, quando o preço do etanol hidratado está abaixo de 70% do valor da gasolina, os motoristas tendem a preferir o biocombustível — afinal, o etanol tem um rendimento 30% menor do que a gasolina. Falta, porém, combinar com o motorista.

Uma pesquisa feita pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) mostra que apenas quatro em cada dez proprietários de veículos flex têm conhecimento sobre essa relação de preços. A EPE fez entrevistas em 15 grandes centros urbanos em julho de 2022. Os resultados saíram no fim do ano passado.

Nos carros flex da frota brasileira, o etanol rende 30% menos que a gasolina. Por isso, o etanol, para ser minimamente competitivo com a gasolina, precisa ser pelo menos 30% mais barato — ou seja, seu preço tem de corresponder a até 70% do valor da gasolina.

Mas não apenas são poucos os que sabem da “regra dos 70%” como também é uma minoria que afirma sempre fazer as contas. Os que as fazem representam apenas 17% do universo de motoristas, os que realizam os cálculos “às vezes” representam 35,2% do total e 47,2% nunca fazem as contas.

Quem faz conta, porém, dá preferência ao etanol — e economiza na hora de abastecer. Dos motoristas que abastecem com gasolina, 51% não pega na calculadora. Dentre os motoristas que preferem etanol, quase 60% realiza os cálculos.

Em alguns veículos, o rendimento do etanol é pouco superior a 70% da gasolina, e em outros, menor, o que faz com que, na média, valha a regra dos 70%, explica Rogério Gonçalves, diretor de combustíveis da Associação Brasileira Engenharia Automotiva (AEA).

Na prática, o que de fato leva o consumidor a optar pelo etanol é o quão barato ele está. Para 78% dos que abastecem com o biocombustível, o fato de o etanol ser simplesmente mais barato que a gasolina é suficiente para que preferiram abastecer com o produto.

Em janeiro, a União das Indústrias de Cana-de-Açúcar (Única) lançou uma campanha para promover o consumo de etanol, em um momento em que a demanda ainda não tinha reagido aos baixos preços (ver abaixo). As vendas de hidratado até subiram 5% em 2023, mas ainda estão abaixo dos níveis pré-pandemia, segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Nas peças publicitárias da campanha da Unica, o humorista Rafael Portugal cita entre as vantagens do etanol seu caráter sustentável e de geração de empregos. A sustentabilidade, porém, ainda não está na cabeça dos motoristas.

Segundo a pesquisa, apenas 4,4% dos usuários que usam etanol o fazem porque o biocombustível tem baixa pegada de emissões. Do total de motoristas — incluindo os que optam por gasolina —, os “ambientalmente conscientes” são só 1,6%. Uma parcela até maior (12,6%) reconhece a sustentabilidade como vantagem do etanol, mas isso não os convence a migrar.

Uma visão que segue dominante é a de que a gasolina dá mais autonomia e potência aos veículos e deixa o motor “mais limpo”. Dos entrevistados, 66% citam como vantagem do combustível o aspecto da autonomia, 33% a questão da potência e 22%, a “saúde” do motor. Tratam-se, porém, de mitos. 

A percepção de que o etanol pode oferecer menos potência pode ser decorrente da dificuldade de partida quando o veículo está frio. “O carro não funciona tão bem quando está frio, e o usuário acha que é potência”, afirma.

Outro mito é o de que a gasolina deixa o carro “mais limpo”, argumento que 22% dos entrevistados citaram. “Isso não é verdade. A gasolina pode gerar uma fuligem que o álcool não gera”, relata Gonçalvez.

Ele acredita que a confusão se dá “por problemas de oxidação do etanol, porque é mais corrosivo”. “Mas [o etanol] não gera mais desgaste do motor, que é desenvolvido para funcionar com os dois combustíveis”, reforça.

Uma desvantagem do etanol, mencionada por 20% dos motoristas, é que ele evapora mais rapidamente. Trata-se de um fato, mas que tem pouca influência sobre o consumo, ressalva o engenheiro.



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