A irmã de José Marcelo Neves, morto por policiais da Rota, em Santos, no litoral de São Paulo, ainda cobra esclarecimentos sobre a morte do familiar, que, segundo ela, foi torturado e teve as tatuagens arrancadas da pele. Mas, dessa vez, contou ao g1 sobre o impacto do ocorrido para o sobrinho de 10 anos, que sonhava ser policial: "Acabou a admiração", disse Mayara dos Santos.
Neves, de 32 anos, foi baleado e morto no último domingo (11) na Avenida Bandeirantes, no bairro Alemoa. No boletim de ocorrência, os agentes informaram que o homem atirou contra a equipe, que revidou com dois disparos. A família, no entanto, garante que o homem sequer tinha arma. Disse que, atualmente, ele trabalhava com a esposa em um comércio de coxinhas na Vila dos Criadores.
Segundo Mayara, José deixou a esposa e três filhos, de 8, 10 e 11 anos. À equipe de reportagem, ela contou que o filho do meio adorava o trabalho da polícia. "Sempre foi fã de policial e falava: ‘eu quero ser policial quando crescer’. Ele admirava muito”, disse.
Com a morte do pai, de acordo com Mayara, o garoto se mostrou confuso com as notícias. "Ele sabe que o pai dele não é criminoso, que não usava droga e nunca usou arma. Então, para ele, agora quem virou criminoso foi a polícia. Acabou a admiração ali. Destruiu completamente”.